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Valência é, à primeira vista, uma cidade bem espanhola com os seus presuntos pendurados, gosto pela tourada (não é à toa que Ernest Hemingway foi para ali viver em 1925, atraído pelo espírito da sua festa brava) e pela forma como mulheres de todas as idades, e também alguns homens, insistem em afugentar o calor com vistosos leques. A metrópole valenciana tem indiscutível peso nacional. Afinal, é a terceira maior cidade espanhola, bem como a maior praia urbana da Europa – com sete quilômetros de enseada mediterrânea. Graças à população repleta de jovens, vindos de todas as partes do mundo para estudar ou trabalhar, o clima de festa paira no ar. Não falta gente bonita, alegre e receptiva. Famosa ainda por ser a terra da paella, Valência revitalizou áreas antes degradadas e investiu forte em construções futuristas, sem perder o encanto das típicas ruelas e praças românticas.
Valencia é uma cidade com muitas partes para descobrir. Ela mantém o centro histórico tradicional, com monumentos, catedrais e museus de séculos passados e ao mesmo tempo tem a parte moderna, a Cidade das Artes e Ciências, o que faz a cidade ser muito interessante por saber preservar ambos os lados.
A cidade valenciana agrega arte, cultura e história. Uma mostra disso é o seu charmoso centro antigo, uma área rica em patrimônio gótico arquitetônico. Em meio a praças e ruelas, há construções majestosas e seculares. Na Plaza (praça) de la Reina, por exemplo, ficam a Catedral, datada do século 13, e a Miguelete (foto), torre inacabada de 47 metros de altura. A paisagem de Valência também é marcada pelos imponentes palácios, como o Marques Dos Aguas, na Praça Pinazo. Já na tradicional Praça del Ayuntamiento eis o imponente conjunto de prédios que forma a Prefeitura.
Entre os acervos de maior relevância, estão o Instituto Valenciano de Arte Moderna, o Museu de Belas Artes San Pio e a Casa Blasco Ibáñez, nome do escritor mais famoso da cidade.Nada, porém, é comparável à Cidade das Artes e das Ciências, obra do famoso arquiteto Santiago Calatrava. O ultramoderno complexo é o mais novo polo cultural da cidade. Abriga um planetário, museu interativo de ciências, casa de ópera, aquário, cinema 3D e Jardim Botânico.
Catedral
A Catedral de Valência tem mais de mil anos de história, e a sua arquitetura mudou bastante ao longo do tempo. No lugar onde ela hoje se encontra havia antes uma mesquita, construída na época da invasão árabe. Diz-se que, após a retomada da cidade, o chão foi benzido e o lugar batizado como um templo cristão.
Há diversas capelas, cada uma dedicada a um santo diferente, além de variados estilos arquitetônicos, que vão do gótico ao neoclássico. O interior é belíssimo, de um esplendor difícil de encontrar. Lá dentro, há trabalhos de arte importantes, como duas pinturas do renomado pintor espanhol Goya, bem como pinturas de autoria de discípulos de Leonardo da Vinci.
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Valencia foi fundada pelos romanos em 138 aC, durante o século 8, foi capturado pelos mouros (quando era conhecido como Balansiya), foi reconquistada para os cristãos pelo heroico líder El Cid (Rodrigo Diaz de Vivar), em 1094, que governou a cidade até sua morte, depois de outra breve passagem sob o jugo dos árabes, Valencia finalmente retornou ao controle cristão em 1238 e tornou-se parte do reino de Aragão.
Com seu idioma próprio, o valenciano, essa é a terra da paella valenciana, da Lonja de La Seda, Patrimônio da Humanidade, e de alguns dos mais espetaculares edifícios criados pelo arquiteto Santiago Calatrava – um deles o Ciutad de les Artes i les Ciències, marco da parte moderna de Valência. A longa simbiose da região com o mar foi comemorada quando a cidade foi sede da venerada competição de vela America’s Cup. Dando continuidade a sua aptidão
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Valência fica a três horas de trem de cidades como Madri e Barcelona. Possui um sistema rodoviário funcional e seu aeroporto (que fica a 8 quilômetros do Centro) tem voos domésticos e alguns internacionais.
O atual esplendor da herança modernista de Valencia se deve à inauguração, em 1998, do complexo que a colocou na rota das cidades avant-garden e que, ao atrair as atenções da imprensa especializada de todo o mundo, lhe deu maior responsabilidade na área do turismo e da preservação do seu patrimônio. Projetada por Santiago Calatrava, muito bem secundado por Felix Candela, a Cidade das Artes e das Ciências, como o próprio nome indica, destina-se à promoção do conhecimento das ciências, da natureza e das artes, o que, assim à primeira vista, convenhamos, não parece ser um propósito capaz de atrair multidões. Mas aí é que está o grande trunfo deste complexo, instalado numa área de 350 mil m2 na antiga foz do rio Turia, entre o centro da cidade e o porto, que vale não tanto pelo interesse do seu conteúdo científico (sobretudo no que diz respeito ao Museo de las Ciencias), mas mais pelo seu lado lúdico – o ecrã gigante de 900 m2 do Hemisfèric, as plantas aromáticas do Umbracle, um jardim de 17 500 m2 coberto por uma fabulosa arcada, ou os inúmeros aquários e lagos ligados por incríveis corredores de vidro no Oceanogràfic. Sem esquecer, é claro, a forma como aquela arquitetura, em que sobressai o betão, o vidro, o aço e a cerâmica branca e azul de Valência (aplicada aos fragmentos, trencadís, numa técnica semelhante à usada por Gaudi), se reflete em enormes espelhos de água e recria, graças ao movimento das suas linhas, a forma de um olho (Hemisfèric), de um esqueleto (Museo de las Ciencias) ou de uma espinha de peixe (a marca registada do Palau de les Arts, destinado a congressos e a espetáculos como ópera e bailado.
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No início do século XX Valência era uma cidade industrializada. A seda desaparecera, mas havia produção de peles e couro, madeira, metalurgia e produtos alimentares, estes últimos com vertente exportadora, em particular de vinhos e citrinos. Predominava a pequena empresa, mas cada vez mais se inseria a mecanização e as grandes empresas. A melhor expressão desta dinâmica eram as exposições regionais, em particular a de 1909, feita junto à Albereda (Alameda), onde se mostravam os avanços da agricultura e da indústria. Entre os edifícios mais importantes da época destacam-se os de estilo modernista, como por exemplo a Estació del Nord (Estação do Norte) e os mercados Central e de Colombo.
Sem dúvida, a grande atração é a Cidade das Artes e Ciências (foto), construída na parte nova de Valência, em uma área de 350 mil metros quadrados, o equivalente a dois estádios do Maracanã. Sua obra custou mais de R$ 1,5 bilhão. O megacomplexo de arquitetura futurista rende programa por vários dias. Pois reúne um grande jardim público, planetário com cinema 3D, museu interativo de ciências, o maior aquário da Europa e uma Casa de Ópera.
Meio caminho entre Madrid e Barcelona, situada em plena costa mediterrânica da comunidade autônoma de que é capital, Valência sempre foi demasiado próspera e fértil para ser ignorada pelo resto da Espanha. Ela, que teve dois papas em Roma no século XV (Calisto III e Alexandre VI, pai de Lucrécia Bórgia) e chegou a ser capital da Segunda República após a Guerra Civil, não se calou a Franco e sempre se notabilizou pelo seu espírito rebelde e independentista. O que, convém acrescentar, já lhe vem desde os tempos das escaramuças entre cristãos e mouros, altura em que sobressaíram heróis épicos como o conquistador El Cid.
Noites Valencianas – A cidade tem muitos bares para fazer happy hour, comer tapas e curtir música ao vivo. O Barcas é bem tradicional e fica no meio do centro comercial. O bairro do Carmen, na área histórica, é o principal point de bares, pubs e boates lotadas. As baladas na beira-mar são outra boa opção. O bar-danceteria Akuarela, perto da praia Malvarrosa, fica apinhado no verão. O espírito jovem e festeiro da cidade se traduz bem nas Fallas , espécie de carnaval valenciano, sempre em março. A folia, a mais popular da cidade, é famosa por sua espetacular queima de fogos (chamada de mascleta) e pelos bonecões gigantes de personalidades mundiais.
Atrás de nós na foto está a bonita Puerta del Mar. Saiba que em 138 a.C. Valencia foi fundada, sob o nome de Valentia Edetanorum, pelos romanos, à época em que era cônsul Décimo Júnio Bruto Galaico. É, por isso, uma das mais antigas cidades da Espanha atual. Em meados do século I ocorria na cidade um considerável crescimento urbano, motivado pela existência de um porto, e já começava a formar-se uma primitiva comunidade cristã no início do século IV. No século V surgiram as primeiras ondas invasivas dos povos germânicos (especialmente dos visigodos), e os edifícios romanos adaptam-se progressivamente a uma cidade cristã.
Puent del Mar: Muito linda essa ponte. Saiba que Valencia tem também um importante porto, o maior na costa do Mediterrâneo ocidental, balsas funcionam dali para Maiorca, Menorca e Ibiza.
O rico patrimônio histórico de Valência reflete-se na abundância de monumentos, que relembram o percurso eclético da cidade. As ruínas romanas são testemunho da ocupação deste império e das próprias origens do nome da cidade (Valentia). O riquíssimo legado muçulmano é visível por toda a cidade e o lendário herói espanhol, El Cid, deixou uma marca indelével na região. O local onde outrora se realizava a troca da Seda, classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, reflete a prosperidade da Idade do Ouro valenciana, e a catedral da cidade será o local onde se encontra o Santo Graal.