Referência na difusão do cristianismo, a cidade foi por muito tempo a segunda mais importante do Império Romano. Quando se fala em turismo na Turquia, logo vem à mente suas incríveis mesquitas, palácios, cavernas, passeio de balão pela Capadócia e um comércio enorme e atraente em Istambul. Mas o antigo Império Otomano guarda tesouros que valem a pena ser explorados intensamente na sua próxima viagem: as ruínas da cidade de Éfeso e a casa onde morou a Virgem Maria.
Se não bastassem as atrações dessas belíssimas cidades do ex-antigo Império Otomano, o país turco guarda, ainda, um grande tesouro da humanidade: as ruínas da cidade de Éfeso. Por muito tempo, essa foi a segunda cidade mais importante do Império Romano, também de grande relevância para o mundo pagão e referência na difusão do cristianismo.
Éfeso (em grego Éphesos) foi uma cidade da Ásia Menor, às margens do mar Egeu, na foz do rio Caístro. Fundada por volta de 1000 anos antes de Cristo, conheceu a mesma inconstância política que as outras cidades gregas da Ásia Menor nas suas relações com os reinos e impérios do continente: foi vassala da Lídia e do Império Aquemênida, incorporada ao reino de Pérgamo; foi capital da província romana da Ásia em 133 a.C; foi importante cidade do Império Bizantino, depois capturada pelo Império Otomano e no século 15 foi, por fim, abandonada. Hoje, o território de Éfeso pertence à Turquia.
Éfeso era célebre por sua atividade comercial e bancária. Seu templo de Ártemis, construído no século VI a.C., o maior do mundo grego, era considerado como uma das Sete Maravilhas do Mundo.
O apóstolo Paulo visitou a cidade de Éfeso em 54 e 65, e o apóstolo João, em 66. Os turcos a tomaram dos bizantinos de 1090 a 1097 e depois a ocuparam definitivamente, no início do século XIV.
Por muito tempo, Éfeso foi a segunda cidade mais importante do Império Romano. Foi o principal centro comercial do Mediterrâneo e possui grande relevância ao Cristianismo.
Um dos maiores museus arqueológicos do mundo ao ar livre, localizado na parte ocidental da Ásia menor, na região de Anatólia, próximo ao Mar Egeu, a cidade de Éfeso foi construída por volta de 1000 a.C. pelos gregos. As escavações na região onde se localiza a cidade começaram há 100 anos e, segundo arqueólogos, apenas 25% foram redescobertos.
Foi no período de domínio grego, em Éfeso, a construção do Templo de Ártemis, a deusa grega, denominada de Diana pelos romanos, a protetora dos bosques, da caça e dos animais selvagens. O monumento foi uma das sete maravilhas do mundo antigo e se tornou centro de veneração à deusa. Era composto por 127 colunas de mármore dispostas em filas duplas, todas decoradas com obras de arte, tendo cada uma 20 metros de altura. Tinha 138 metros de comprimento e 71,5 metros de largura.
No seu interior, a estátua de Ártemis em ébano, ouro, prata e pedra era venerada pelos habitantes da região. Do monumento, que levou 200 anos para ser erguido, resta hoje apenas uma única coluna, que resistiu às invasões, saques e terremotos ao longo dos tempos. Mesmo assim, o local é um dos mais visitados de Éfeso.
Mas foi em 129 a.C., sob o comando do Império Romano, que Éfeso conheceu seu apogeu, perdendo em importância apenas para Roma. Estima-se que a cidade chegou a ter 400 mil habitantes, formada por intelectuais, mercadores, pessoas de grandes posses e escravos. Seu comércio fervilhava e era um dos mais importantes centros comerciais da época, graças principalmente à sua localização estratégica: pelo mar estava ligada à Roma e por terra com grande parte da Ásia.
A prosperidade econômica de Éfeso possibilitou a construção de várias edificações memoráveis. Suas ruas pavimentadas com mármore nos levam a monumentos grandiosos, que merecem ser destacados, como é o caso da Biblioteca de Celso (Governador romano), uma das edificações mais conservadas do sítio arqueológico. Foi a terceira mais importante biblioteca do mundo antigo, ficando atrás apenas das bibliotecas de Alexandria, no Egito, e de Pergamo, na Grécia. Chegou a ter mais de 12 mil rolos de manuscritos. Seu interior, como era comum em Éfeso, era pavimentado em mármore.
Em sua fachada, encontram-se as estátuas de quatro deusas: Sophia, que representa a sabedoria; Episteme, o conhecimento; Ennoia, a inteligência, e, por último, Arete, representando a bravura. Segundo historiadores, essas seriam as virtudes de Celso durante sua vida. As ruínas da biblioteca são uma representação clara do estilo arquitetônico dos romanos nos primeiros séculos.
Éfeso também ficou famosa pelo seu grande estádio, com capacidade para 25 mil pessoas, três andares e 18 metros de altura. O espaço era usado para eventos de música, cerimônias religiosas, discussões sobre questões da cidade, jogos e luta de animais com gladiadores (um grande cemitério desses lutadores foi encontrado na cidade). Também foi palco das pregações do apóstolo Paulo, que viveu na cidade difundindo o cristianismo. No início, os ensinamentos do apóstolo de Cristo não tiveram muita aceitação pela população local, o que só ocorreu depois de ‘batalhas’ incansáveis.
A edificação chegou a ser destruída por cristãos em vingança aos sofrimentos ocorridos no local na Era Romana. Muitos cristãos eram obrigados a lutar com animais na arena.
Além do estádio, existia o Teatro Odeon, com capacidade para 1.500 pessoas, cenário de atrações musicais e principalmente discussões de questões políticas da cidade – Servia como Parlamento.
Há em Éfeso o Templo de Adriano, construído em homenagem à visita do imperador romano à cidade. O monumento também se encontra em bom estado de conservação. O templo está situado na Rua Curetes. A mais famosa avenida da cidade, com 650 metros e pavimentada com mármore. Além de unir a parte administrativa e política com a parte pública, era famosa pelo grande número de lojas, onde os ricos faziam suas compras. Os principais produtos e mercadorias da época podiam ser encontrados nessa rua. Também próximo a ela existiam os famosos banhos públicos, com latrinas construídas lado a lado. O que deveria ser uma situação bastante constrangedora. Consegue imaginar? Segundo um guia local, os escravos sentavam antes para esquentar a pedra da latrina para em seguida os ricos a usarem.
Ao longo do tempo, grandes nomes da história desfilaram pela cidade, como Alexandre, o Grande, Cleópatra, São Paulo, São João e a Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.
Entre terremotos e invasões, a cidade foi reconstruída quatro vezes. O declínio da cidade de Éfeso se deu devido ao assoreamento do porto, que era artificial e mantido através de dragagem. Hoje, o Mar Egeu fica a cinco quilômetros de distância.
Não é necessário um olhar de especialista para perceber que Éfeso foi esculpida a mão, retrato do talento dos povos antigos e destino imperdível para os turistas que gostam de conciliar história em sua viagens.
Vale acrescentar que foi em Éfeso a primeira igreja construída em homenagem a Santa Maria. Ficou curioso? A história de São João, o apóstolo amado, e da mãe de Cristo na cidade você vai saber mais à frente.