Praga

Praga é uma cidade fascinante, que revela muita história em seus edifícios complexos e igrejas imponentes, item típico do Leste Europeu, onde a região central chega a ser Patrimônio Cultural da Humanidade. Aliás o  Leste Europeu está recheado de metrópoles bonitas, e Praga se destaca entre elas por um conjunto de fatores que fazem o visitante querer voltar. Com 1,3 milhão de habitantes, a capital da República Tcheca tem no turismo a sua principal atividade econômica, o que se revela em centenas de hotéis e restaurantes a preços módicos, e outros tantos onde o luxo e a sofisticação combinam com a arquitetura suntuosa e preservada. Dos dois lados do rio Moldava, o centro histórico de Praga é Patrimônio Cultural da Humanidade. Praga se apresentará a você como uma cidade que gosta de alternar os estilos: é romântica e apressada, antiga e moderna, e é uma cidade totalmente cosmopolita, acostumada a receber estrangeiros.

 

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Intimamente relacionada com Praga, a Ponte de Carlos (século 14), é o símbolo da capital tcheca. Construído durante a época gótica, a ponte conta com uma galeria de esculturas.

A ponte Carlos

A partir do século X, uma ponte de madeira atravessava o rio Moldava no mesmo lugar, até a construção da primeira ponte de pedras da capital, no século XII, a ponte de Judit, cujos vestígios ainda são visíveis (principalmente no ponto de embarque dos cruzeiros de Prague Venice, do lado da Cidade Velha). Em fevereiro de 1342, um derretimento violento destruiu dois terços da ponte e foi então quando o Imperador Carlos IV ordenou a construção de uma nova ponte que teria o seu nome. As obras foram dirigidas pelo famoso arquiteto e escultor da corte Petr Parleř, que também participou na construção da Catedral de São Vito. Apesar das sucessivas inundações e das parciais reabilitações efetuadas ao longo da sua história, a ponte transformou-se pouco a pouco no símbolo da cidade e em uma das suas principais atrações turísticas.

 

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Do lado da Cidade Velha, a torre gótica contemporânea da Ponte de Carlos que encontra-se na sua entrada, está decorada por esculturas magníficas, obras maestras de Petr Parleř: graças ao esplêndido palácio do artista podemos admirar as estátuas do Imperador Carlos IV e do seu filho Venceslao IV, as de São Vito, Santo Adalberto, São Segismundo, patrões do reino. Do outro lado, a ponte termina com duas torres de alturas diferentes: a Torre de Judit (a mais antiga) remonta a época romântica (século 12) e a mais alta que data o século 15, oferece uma vista panorâmica de Praga.

 

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São apenas 500 m de extensão e 10 m de largura, mas esta faixa rígida sobre o rio Moldava parece conter boa parte dos turistas do mundo, disputando espaço com artistas de rua e vendedores ambulantes. Cruzar a Ponte Carlos, rumo ao Castelo de Praga e atrações vizinhas ou retornando dele, é um dos principais programas para os visitantes. Construída em 1357, ela foi até 1841 a única ligação direta entre os dois lados da cidade, cortada pelo rio Moldava (Vltava, em tcheco).

 

Ao longo da Ponte Carlos estão várias estátuas, cada uma com sua história. A mais procurada é a de São João Nepomuceno (que foi atirado nas águas naquele ponto porque se negou a revelar ao rei certas confissões talvez não muito pudicas da rainha). E é lá que todo mundo segue para passar a mão no cachorro que acompanha o santo (para voltar à cidade, diz a lenda).

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Diz a tradição que o santo padroeiro dos tchecos traz boa sorte a quem tocá-lo, ou pelo menos a chance de voltar a Praga. Esta lenda circula pelo mundo e não é raro ver turistas em lágrimas avançando sobre a multidão com as mãos estendidas, em busca de um milagre de São João. Praga é uma capital de emoções fortes.

 

A galeria de esculturas da ponte  Carlos é excepcional. Antigamente, um calvário de madeira adornava a ponte junto a figura legendária do cavaleiro Bruncvík. Mas é durante a transição do século XVII ao século XVIII que a ponte recebeu esculturas religiosas, seguindo o modelo da Ponte de Santo Ângelo de Roma, formando uma extraordinária via triunfal que unia os dois lados da cidade, a terra e o céu. Os melhores artistas da época contribuíram na decoração da ponte em um contexto de concorrência artística com bonitos resultados (ver as mais belas obras na galeria de fotos). No século XIX, outras obras mais acadêmicas completam a coleção, que haviam sido parcialmente destruídas pelas inundações e tiros de artilharia.

Atualmente, sobraram apenas cópias das estátuas originais. Com o aumento do número de turistas, fica cada vez mais difícil passar pela Ponte de Carlos. Por essa razão, aconselhamos que você espere os meses de inverno, quando a neve cobre a ponte e cria uma atmosfera romântica, misteriosa e encantadora.

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A ponte já resistiu bravamente a algumas enchentes. Além da deslumbrante paisagem dos dois lados da metrópole, que reúne jardins, bosques, uma imponente arquitetura de várias épocas e embarcações modernas cruzando as águas, este monumento exibe 30 esculturas e estátuas religiosas em suas laterais. Estão lá São Vito, o padroeiro de Praga, a Pietá (uma representação de Maria com Cristo nos braços) e a estátua mais antiga, a de São João Nepomuceno, erguida ali em 1683, em bronze.

 

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Praga é pulsante, seja pela vida noturna agitada, pelas diversas galerias de arte, ou ainda pelo incontável número de turistas que você terá de desviar em praticamente todas as regiões que compreendem o circuito turístico: Staré Mesto, Malá Strana (Pequeno Bairro) e Nové Mesto (Centro Novo). É lá que se encontra a maior parte das atrações, como o bairro judeu, o museu de Franz Kafka ou o imperdível Museu do Comunismo.

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Prague 1, Malá Strana – Staré Mesto  – A Ponte Carlos fica aberta diariamente, 24 horas, com entrada franca; as Torres da Ponte abrem para visitação de seu acervo de exposições das 10h às 18h, com ingresso cobrado.

Praga foi criada para ser conhecida a pé, fazendo paradas estratégicas em um simpático café art-noveau ou num bar para uma deliciosa cerveja de trigo, para ser apreciada sem nenhuma moderação.

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Não estranhe ao encontrar, de hora em hora, hordas de turistas apontando suas câmeras fotográficas para uma elegante torre em Staré Mesto, o centro antigo de Praga. É lá que se encontra o relógio astronômico, uma construção de geometria complexa com um figuras de apóstolos e caveiras em movimento que anunciam a nova hora.

 

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Relógio astronômico, que diz mostrar a hora, dia, mês, posição da terra e da lua, sua fase, e estação do ano!!!! O relógio tem seus encantos e uma história curiosa: o artista responsável pela construção teve os olhos perfurados a mando do rei, para evitar que outro relógio similar fosse construído. Coisas do século XV.

 

Old Town Square

É na Staré Mesto (Cidade antiga)que você vai encontrar o Staromestské Námestí (Old Town Square) – É a praça da prefeitura, o coração da cidade, rodeada de igrejas e casas seculares, onde ocorreram vários acontecimentos históricos. Em 1992 foi declarada Patrimônio Cultural pela Unesco. No centro da praça fica o Jan Hus Monument, monumento ao líder religioso Jan Hus, construído em 1915 em comemoração aos 500 anos de sua morte, quando foi queimado pela Igreja Católica, acusado de heresia.

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Na Cidade Velha, a Praça Central e seus arredores reúnem fachadas góticas, renascentistas, barrocas e neoclássicas, em monumentos como o Relógio Astronômico, o Palácio Goltz-Kinsky e a Igreja de Nossa Senhora diante de Tyn. A praça vive lotada durante o dia, atrai músicos e atores divulgando seus espetáculos, tudo sob a bênção de Jan Hus, o herói local da Idade Média que morreu nas fogueiras da Inquisição. A poucos passos dali, a Ponte Carlos leva ao Castelo de Praga e seus mil anos de história, o que inclui as disputas políticas e religiosas do Império Austro-Húngaro, da Primeira Guerra, da ocupação nazista, das décadas de comunismo soviético e, enfim, da Revolução de Veludo, esta no final do século 20, quando Praga se reinventou para o mundo.

 

Patrimônio Cultural pela Unesco, é a praça da prefeitura antiga (de 1338), rodeada de igrejas, casas e construções seculares. Lá fica a torre do Relógio Astronômico, e a cada hora cheia há um desfile dos 12 apóstolos, santos e outras figuras, das 9h às 21h. O relógio tem várias marcações de tempos e foi instalado em 1410. Lá também começa e termina a Maratona de Praga. Durante o verão e datas festivas a praça abriga uma feirinha delícia – prove o Old Prague Ham, um prosciutto cozido que lembra um pouco o que comemos como tender.As ruelas tortuosas da Cidade Judia que você conhece dos romances de Franz Kafka, carregadas pela lenda antiga do Golem. Os cafés atraem para sentar-se, boutiques e navegações panorâmicas no rio Moldava.

 

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Uma das vezes que estivemos em Praga, era época de Pascoa. E a tradição da Páscoa na República Tcheca é verdadeiramente ancestral e considerada um evento de grande importância cultural no país. Ela acontece na primeira lua cheia da primavera, celebra a ressurreição de Jesus Cristo e a abertura de um novo ano agrícola. Típicos da Páscoa, os ovos decorados estão por toda parte na República Tcheca mas, além deles um dos símbolos dessa época é a um chicote de fios do salgueiro entrelaçados e enfeitado com fitas coloridas. Na foto comigo, essas senhoras estavam em trajes típicos da ocasião.

 

O que fazer

A grande maioria das atrações de Praga estão concentradas no Centro da cidade, entre o Castelo, a oeste, e no entorno da Cidade Velha, Staré Mesto. Curiosamente, não são os museus ou galerias de arte o que mais encantam: tudo está nas ruas. Praças, pontes, o casario que transita entre o barroco, o rococó, o neoclássico e o gótico — além de edifícios super-modernos, tudo chama a atenção por aqui por sua harmonia e beleza. Bata muito pé pelo Castelo e pelos bairros de Josefov, Staré Mesto, Malá Strana e Nové Mesto e seja feliz.

 

Praça Venceslau

A Praça Venceslau, na verdade, mal é uma praça. Ela só tem essa característica em uma de suas pontas, a mais próxima do Museu Nacional. Ali, onde está a estátua de São Venceslau, o calçadão domina e pedestres transitam incessantemente. Porém, a praça que não é praça se estende por quase um quilômetro, chegando à beira da Cidade Velha, na rua Prikope. E em 90% de sua extensão ela é mais uma avenida, ao longo das quais se esparramam lojas, museus, restaurantes, hotéis.

 

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O Národní Muzeum fica na saída da estação Museum de Praga, na linha vermelha – Saiba que: A Praça Venceslau é importante por que: •É o coração da Cidade Nova e nela estão os principais bancos e lojas, além de inúmeras lojinhas, casas de câmbio e restaurantes; •A partir dela se atinge todas as atrações da Cidade Nova, como o Teatro Nacional; •Está colada no Museu Nacional, o maior museu de Praga e por si só uma pérola da arquitetura; •É um ponto crucial para o transporte: ela abrange duas estações de metrô (Muzeum, da linha vermelha, e Mustek, da Verde), há várias linhas de bondes nela e nas ruas paralelas e, por ser aberta ao tráfego, é uma região de táxis. Fora isso, está bem próxima de duas estações de trem (Praga tem quatro)

 

Como circular

A cidade é melhor apreciada a pé, mas bondinhos e o metrô cobrem os trajetos mais longos. Os tíquetes são vendidos em tabacarias ou máquinas nas estações subterrâneas e valem por um certo período de tempo. Valide-o nas máquinas assim que entrar nos bondes ou entrar nas áreas de cobrança obrigatória do metrô.

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A Praça Venceslau, em Praga, é um lugar emblemático. Ela é um endereço catalisador na capital da República Tcheca, uma espécie de palco onde tudo acontece. Só para mencionar dois – a Primavera de Praga (protestos contra o regime comunista, em 1968) e a Revolução de Veludo, em 1989 (novamente protestos contra o comunismo, que desta vez derrubaram o regime). Vendo a Praça hoje, é até estranho imaginá-la ocupada por tanques soviéticos, ou lotada de pessoas em protestos pacíficos. Mas assim foi. E assim é, e será, sempre que os tchecos precisarem se reunir publicamente. Nos últimos tempos, os encontros são bem mais amenos, geralmente para celebrações ou mostras de arte.

 

Castelo de Praga

Um dos cartões postais da cidade, o Castelo de Praga merece ser apreciado com seus muito detalhes. Na verdade o castelo é mesmo um complexo, e não um castelo em si. São vários palácios/igrejas/casas que ficam dentro dos limites do que é considerado o Castelo de Praga, sendo que a Catedral de St. Vito é o grande destaque, graças a sua arquitetura gótica que domina a paisagem – é possível vê-la quando você passeia pelo outro lado do rio, imponente, lá no alto

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A Catedral de São Vito (em checo: Katedrála svatého Víta) é uma das principais construções da cidade de Praga e a maior igreja da República Checa. Situada no Castelo de Praga e estando construída juntamente com o castelo, a construção da catedral no seu atual estilo gótico foi iniciada em 1344 e finalizou-se, depois de uma interrupção das obras no século XV, só em 1929. Destaca-se – entre outros – a grande Capela de São Venceslau do século XIV, compreendendo mais de 1.000 pedras semipreciosas, a par de frescos de temas bíblicos.

Turistas

Ruas estreitas de paralelepípedo contrastam com avenidas movimentadas, enquanto as muitas igrejas acrescentam ao cenário um toque romântico, como parte de uma produção épica. Não importa a época do ano, centenas de turistas de diversas partes do mundo – com alemães, russos e italianos ganhando em quantidade – lotam as ruas o que me faz crer que visitar Praga está de moda. A cidade deve ser explorada a pé, para que cada detalhe possa ser apreciado. Caminhe olhando para cima, pois os detalhes da arquitetura são encantadores.

 

 

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Nesta foto registrada no Castelo de Praga (Pražský hrad) na Colina Hradcany, evidenciamos o local onde foi fundada a cidade, que domina a capital na margem esquerda (oriental) de Vltava. O Castelo de Praga é uma das construções mais importantes da cidade. Foi fundado no século IX e atualmente serve como a residência presidencial, antigamente habitado pelos reis da Boêmia. Em seu interior encontra-se Catedral de S. Vito, Torre da Pólvora, Palácio Real do Castelo de Praga, Torre Dalibor, Convento de São Jorge, Palácio Lobkowicz e a Viela Dourada. O Castelo de Praga ocupa uma área superior a 72,5 mil m². Por causa disso é considerado, conforme o Guinness World Records Book, o maior castelo do mundo.

 

Idioma

Tchecos são normalmente pessoas reservadas, porém educadas em sua maioria, por isso não tenha medo de treinar seu tcheco com frases simples como Dobry den (bom dia, usado durante o dia inteiro), Prosím (por favor) e Díki (obrigado, em sua forma popular). Você também vai agradecer saber falar Jeden pivo, prosím (uma cerveja, por favor!).

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Uma das mais belas capitais da Europa, Praga permanece praticamente intocada em sua atmosfera melancólica, tão característica da Europa do Leste. Tendo sobrevivido às duas grandes guerras deste século, ainda hoje, vários anos após a queda do comunismo, celebra uma espécie de renascimento cultural que toma conta da cidade durante o ano todo. Por toda parte, artistas de rua dividem a atenção com a beleza da cidade, representada pela arquitetura das catedrais góticas, palácios barrocos e edifícios Art Nouveau.

Comer bem

Quer comer uma autêntica comida tcheca, regada a uma boa caneca de cerveja (ou duas, ou três!), em um restaurante frequentado não somente por turistas, mas também por pessoas locais, pagando um preço justo?
Vá almoçar no pub U Provaznice, um dos mais antigos pubs de Praga, localizado em uma travessa escondida atrás da estação Mustek e da loja New Yorker, ao final da Václavské náměstí. Nele você vai poder saborear um autêntico Hovězí guláš ou o famoso Svicková na smetaně. Escolha entre as cervejas Pilsner Urquell (a preferida entre os tchecos, de sabor mais amargo), Gambrinus (mais barata e popular) ou Kozel (também com opção escura). As refeições são muito bem servidas e vem em pratos individuais. Espere gastar uma média de Kc220 por pessoa (cerca de R$22!), incluindo comida e bebida. Altas gorjetas não são costumes, e não existe o famoso 10% incluso nas contas, mas gorjetas são esperadas e altamente apreciadas.

 

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Tem muito turista que aprecia as ruas medievais e pitorescas no ritmo dos cavalos . A opção é desfrutar uma carruagem de cavalos e curtir um passeio romântico no centro histórico de Praga.

 

Praga toda é praticamente uma sucessão de maravilhosas construções de época passadas, moldada ao longo dos séculos por várias culturas que dominaram seu território. Tudo fruto de já ter sido uma das capitais mais prósperas do continente, sede do Sacro Império Romano Germânico (962-1806) e ponto de intersecção entre as culturas judaica, germânica e da Boêmia (região que se formou no século 11 e, em 1918, deu origem à Checoslováquia, dividida em 1993 em República Checa e Eslováquia). Mas a era de ouro da urbe foi, sobretudo no século 14, sob a batuta de Carlos IV, monarca que dá nome à ponte mais borbulhante e famosa da capital. Não tem quem não vá.

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A visão do rio e dos belos parques e bosques do entorno refrescam a mente do peso da história (e seus períodos de trevas, lembrados na obra de Franz Kafka) que todos aqueles museus, galerias e fachadas lindamente preservadas representam. As águas em movimento convidam a uma cerveja, a bebida nacional dos tchecos, e também a ouvir música, clássica ou contemporânea, na cidade que idolatra os compositores Dvorák e Smetana e onde Mozart tocou órgão na Igreja de São Nicolau, em 1787, quatro anos antes de morrer.

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