Château d’Amboise , berço do Renascimento

Os castelos do Vale do Loire são lindos e, alguns deles, com muita história. É o caso do Castelo de Amboise (Château d’Amboise ), que fica em cima de uma rocha imensa, foi a última fortaleza medieval da França e o primeiro palácio do Renascimento. O castelo foi incluído na lista de monumentos históricos da França em 1840. Situado na região central do Vale do Loire, na cidade de Amboise, a fortaleza medieval de Amboise cedeu lugar para uma residência real sob os reinos dos reis Carlos VIII e Francisco I (fim do século XV e início do século XVI). Muitos eruditos e artistas se hospedaram junto à Corte de Amboise por convite de seus soberanos, como Leonardo da Vinci cujos restos mortais estão na capela do castelo.

Apesar de restar apenas um quinto do antigo palácio, podemos ter uma ideia da disposição das salas e apartamentos. O mobiliário é variado, assim como a própria história do castelo: gótico, renascentista, império, época de Louis-Philippe, muitos deles comprados pela família Orléans.

Muitos reis passaram por esse castelo e alguns viveram lá. Um deles que passou bastante tempo no Castelo de Amboise, o rei Francisco I, que revezava sua estadia entre Amboise e o Castelo Real de Blois. Construído no alto de um rochedo, às margens do rio Loire, o Château de Amboise oferece uma vista impressionante para quem se aproxima. O local, devido à sua posição estrategicamente importante, sempre foi ocupado por edificações militares, desde o século 2 da era Cristã. Amboise é considerada uma das mais belas cidades do Vale do Loire, França. Aninhado entre o Loire e rios L’Amasse. O vale do Loire é conhecido mundialmente como uma região de vinhos especiais e castelos magníficos.

Foi o rei Francisco I que convidou o mestre Leonardo da Vinci para viver na cidade. Foi em Amboise que Leonardo da Vinci inventou muitas coisas pelas quais é reconhecido até hoje. Além de dessas criações incríveis, ele ajudava na organização das festas e eventos do rei.

 

Da Vinci (1516-1519)

Leonardo foi convidado de Francisco I, sem dúvida após a morte de seu protetor Giuliano de Medici em 1516. Leonardo chegou à Corte com a idade de 64 anos e foi alojado no pequeno castelo do Clos Lucé, recebendo uma rica pensão de 700 escudos de ouro por ano.
Dedicou seu tempo ao desenho e ao ensino, principalmente nos campos do urbanismo, da arquitetura e da construção de canais. Alguns autores lhe atribuem o projeto do palácio de Romorantin e de algumas partes do Castelo de Chambord.
Muito próximo do rei, imaginou para ele vários divertimentos. Entre os mais célebres, a Festa del Paradiso, idealizada por Leonardo em 1518, onde criou um equipamento que reproduzia a trajetória dos astros.
Leonardo morreu em Clos no dia 2 de maio de 1519 e foi sepultado segundo sua vontade no convento da igreja de Saint-Florentin do castelo de Amboise. Seus ossos foram transferidos no século XIX para a capela Saint-Hubert do castelo após a demolição do convento.

Da Vinci era muito admirado pelo poderoso rei Francisco I, o qual construiu diversos castelos pelo Vale do Loire. Sem muitos recursos, o artista aceitou o convite de Francisco e se mudou para Amboise, onde passou a ocupar o Castelo de Cloux, como era chamado originalmente. Ele fica pertinho do Castelo de Amboise, que foi ocupado por Francisco durante um período.

 

Ao fundo a Chapelle Saint Humbert onde esta sepultado Da Vinci – construída por Charles VIII no lugar de um antigo oratório da época de Louis XI. É uma obra-prima gótica do final do século XV. Para decorá-la, o rei chamou os escultores flamengos Casin de Ultrecht e Cornélis de Nesves. Na parte superior da porta estão esculpidas três lendas: a de Saint Humbert, a de Saint Christophe (São Cristóvão) e de Saint Antoine (Santo Antônio) no deserto. Já o tímpano é do século XIX e representa Charles VIII e Anne de Bretagne rezando aos pés de Maria.

Para os que apreciam a história, nada mais intrigante que a descoberta dos segredos de uma residência real prestigiosa ou um passeio pelos jardins iluminados ao cair da noite.

Uma curiosidade da capela é que em cada braço do transepto há uma chaminé. No do lado esquerdo está situado o túmulo de Leonardo da Vinci. Os ossos do artista foram colocados ali depois da destruição da colegiada Saint Florentin, no século XIX, onde ficava a antiga sepultura do gênio.

 

A Salle des états-Généraux ou du Conseil – Situada no primeiro andar, era aqui que os reis se reuniam com o conselho para decisões importantes. É uma grande sala clara e muito bonita, dividida em duas naves por finas colunas decoradas com flor de Lis (símbolo do rei) alternadas com arminhos (símbolo de Anne de Bretagne). A partir de vestígios encontrados no local, durante as restaurações do começo do século XX, foi possível reconstituir sua arquitetura de origem.

O castelo oferece a oportunidade de visitas excepcionais: uma visita guiada pelos subterrâneos e torres do Castelo Real Os visitantes individuais (pequeno grupo formado no local) têm acesso aos subterrâneos e torres da fortaleza medieval situada sob os aposentos reais de estilo renascentista. Percorrem a base da muralha da Torre Garçonnet construída no século XV sob as ordens de Luís XI até chegar à Salle des Lys (Sala Flor de Lis), antigo refeitório da guarda. De lá, seguem um caminho de ronda que os leva aos fossos da antiga torre principal, passando pelas salas dos depósitos lapidários. Os visitantes penetram então nos labirintos subterrâneos até o coração da Torre dos Mínimos.

Residencia da corte real no Renascimento, o castelo real de Amboise foi o local de nascimento e de educação das crianças reais: Carlos VIII, Francisco I e os filhos de Henrique II e de Catarina de Médicis cresceram ali ao abrigo das epidemias e dos tumultos políticos.

A uma hora de Paris, no coração do Vale do Loire, patrimônio Mundial, Amboise é um cidade histórica cheia de charme dominada pelo castelo real. Foi a sede do 1º Tribunal de Reis Charles VIII e François. Numerosos homens e mulheres e europeus ficaram em Amboise, a convite dos soberanos, assim como Leonardo da Vinci, por exemplo, cujo túmulo é localizado hoje na capela do castelo.

 

O Castelo Real de Amboise permanece aberto ao público todos os dias do ano, exceto em 1º de janeiro e 25 de dezembro. Esse monumento emblemático e seus jardins paisagísticos proporcionam um dos mais belos panoramas do Vale do Rio Loire, região tombada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade. Amboise  revela uma perspectiva particular sendo  símbolo da História da França: sua profunda influência sobre a política e as artes europeias na Renascença, a intimidade dos monarcas, ou ainda o dia a dia e os bastidores da corte.

É muito legal visitar Amboise e se dar conta dessa transição de estilos presente no castelo. O medieval, representado pela decoração gótica da capela ou pelas torres, por exemplo. E o Renascimento, que, entre outras coisas, pode ser visto no fato do château ser aberto para o exterior, com a galeria do térreo e o terraço do primeiro andar transformados em mirante, com uma bela vista para o Loire. O objetivo era possibilitar pequenos passeios e a apreciação da paisagem, coisas comuns na Itália.

 

Chambre Henri II (Quarto de Henri II) – Um quarto do Renascimento, já que o móvel principal é uma cama da época de Henri II. O tecido do dossel e o da colcha são da mesma época. O resto da mobília é do final do século XVI e começo do XVII. As tapeçarias também são do mesmo período e vieram da Bélgica.

 

Apesar de restar apenas um quinto do antigo palácio, podemos ter uma ideia da disposição das salas e apartamentos. O mobiliário é variado, assim como a própria história do castelo: gótico, renascentista, império, época de Louis-Philippe, muitos deles comprados pela família Orléans

A Salle aux Poutres – Na decoração desta sala, podemos imaginar como era o castelo durante as temporadas do rei e da corte. Um dos destaques é um baú de estilo Renascimento que, acredita-se, tenha pertencido à Catherine de Médicis. Os outros móveis são também do século XVI e as tapeçarias do século XVII. Nas janelas, além dos símbolos de Charles VIII e Anne de Bretagne, podemos ver esculturas representando a concha, a bolsa e o bastão de peregrino de Santiago de Compostela, para lembrar que Amboise faz parte de uma das rotas de peregrinação.

Francisco I foi proclamado rei em Amboise, o qual pertencia à sua mãe, Luísa de Sabóia, tendo o castelo, durante os primeiros anos do seu reinado, atingido os pináculos da sua glória. Uma das medidas que tomou prendeu-se com a reforma da ala Luís XII.

Durante a Segunda Guerra, a capela teve seus vitrais destruídos. Os que encontramos hoje retratam a vida de Saint Louis (santo patrono da fundação que administra o castelo) e foram criados por Max Ingrand. Com a demolição das construções que ficavam ao lado, a chapelle ficou isolada e pode ser vista de longe.

Amboise foi a primeira parte das posses dos condes de Anjou, em seguida, pertencem à famosa casa de Amboise. O castelo d’Amboise não era mais uma fortaleza, mas uma residência real e Amboise tornou-se a residência da rainha e seus filhos. Catarina de Médici gostava de Amboise e viveu aqui.  A rainha, que morreu em Amboise em 1483, estava sempre rodeada por um tribunal  como convinha a sua categoria.  Ela tinha quase 150 pessoas a seu serviço.

Em comparação com outros castelos da região, o parque de Amboise é relativamente pequeno. Além da beleza de canteiros e arbustos, ele tem algumas obras bem interessantes.

Apenas a partir dos reinados de Luiz XII e Charles VIII que Amboise começou a ser transformado num palácio real completo, dotado de todas as conveniências necessárias a um centro real de poder.  Ao passear pelo palácio, não deixe de visitar ainda o Balcon des Conjures, de onde se tem uma vista magnífica para o vale do rio Loire, assim como a Tour Heurtault, e a Tour Minimes. A cidade de Amboise fica cerca de 25 minutos mais ao sul de Blois, seguindo pela estrada N152, que acompanha a margem do rio Loire. Este é somente um entre as dezenas de castelos construídos nesta região, e que compõem uma das principais atrações turísticas da França, a região conhecida como Vale do Loire.

A cidade de Amboise está situada na margem esquerda do rio Loire, no local onde este se separa transitoriamente em dois braços, formando uma ilha (Ilha-Grande ou Ilha-d’Ouro), facilitando assim a sua travessia. No planalto acima, encontra-se o seu castelo.

Quando em 1107 foi concedido a Amboise  o título de cidade, Hughes I, senhor de Amboise e Chaumont, tomou posse não apenas do castelo como também da cidade. O castelo permaneceu na família até 1422, quando foi herdado por Luiz d’Amboise. Este teve um papel importante na história do château, pois foi companheiro de armas de Joana d’Arc, que entrou para a história como a Santa Guerreira. Foi neste local que ela reuniu suas tropas para enfrentar os Ingleses e expulsá-los definitivamente da França.Hoje, o castelo é propriedade da fundação Saint Louis (São Luis), criada em 1974, e é restaurado constantemente.

Veja mais fotos do Castelo de Amboise:

 

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