O Château Real de Blois (em português: Castelo de Blois) localiza-se no departamento de Loir-et-Cher, no Vale do rio Loire. Este palácio, além de residência de vários Reis da França, também foi o local onde o Arcebispo de Reims abençoou Joana d’Arc, em 1429, antes desta partir com o seu batalhão para combater os ingleses em Orleans. Erguido no centro da cidade de Blois, compreende vários edifícios construídos entre o século XIII e o século XVII, ao redor do pátio principal. A sua mais famosa peça de arquitetura é a magnifica escadaria em espiral, na ala de Francisco I.
Blois, na verdade, é um conjunto de quatro castelos em um. A razão é que sua construção ocorreu em quatro fases distintas, em épocas diferentes. A parte mais antiga, é chamada de Château dês Comtes de Blois (concluída em 1210). Após veio a ala Luiz XII (1503), seguida pela ala François I (1524), e a ala Gaston d’Orleans(1638). Unidas num único prédio, elas formam um quadrilatero com um pátio interno.
No interior de Blois, um dos pontos de destaque é a galeria da rainha, local que na época tinha uma função primordial no château. Era local de passagem, mas também de recepções e de conversações íntimas. O local foi todo restaurado e é um dos pontos mais bonitos da visita. Destaque também para a sala da capitania da guarda, a sala da guarda, o dormitório da rainha, oratório, o gabinete, sala do conselho, dormitório do rei, galeria do rei, e a Sala de Estado, entre outras.
A partir de 1397 e durante um século, Blois foi a residência favorita do Duque de Orleans. Ludwig I, irmão do rei Carlos VI, o príncipe Charles d’Orleans poeta e o impetuoso Louis II se sucederam.
Residência de sete reis e de dez rainhas da França, o Castelo Real de Blois é um local evocativo do poder e da vida cotidiana da corte no Renascimento, como o demonstram os apartamentos reais mobiliados e decorados com magníficos ornamentos policromados.
Após o feudo dos condes de Blois e poderoso Duque Charles de Orleans, o castelo de Blois torna-se com Louis XII, nascido em Blois em 1462, o favorito para casa dos reis da França há mais de um século.O extraordinário número de castelos no Vale do Loire explica-se pelo fato de a região ter sido um dos locais favoritos dos reis e da aristocracia francesa desde a Idade Média. Os castelos mais antigos são medievais e foram de fato fortalezas, enquanto os mais recentes são palacios renascentistas e clássicos, destinados ao lazer e rodeados de magníficos jardins.
O palácio foi ocupado também por Henrique IV, o primeiro monarca Bourbon. Depois da morte de Henrique IV, o palácio tornou-se o exílio da sua viúva, Maria de Médicis.
Em 1841, sob a direção de Luís Filipe I, o Château de Blois foi classificado como monumento histórico. Foi restaurado e transformado num museu. Incluído na visita ao palácio está o gabinete onde Catherine de Medicis, supostamente, guardaria os seus venenos. Provavelmente, o “chamber of secrets” tinha um propósito bem mais banal: exibir objetos preciosos para os convidados.
Atualmente, o palácio é pertence da cidade de Blois, constituindo uma das suas maiores atrações turísticas.
Blois abriga uma das construções mais impactantes do Loire. O Castelo de Blois (6, Place du Château) resume a estética arquitetônica do antigo regime. São quatro castelos juntos: um gótico, do século 13; um gótico flamboyant, erguido no fim do século 15 por Luís XII, que transformou Blois em residência real oficial; um renascentista, do século 16; e um clássico, do século 17.
Balzac, quando visitou o castelo, em 1841 referiu-se à Blois da seguinte forma: “Esta imensa construção nos oferece no mesmo lugar um painel completo e exato da grande representação da vida dos países, à qual chamamos arquitetura”.
Sete reis e onze rainhas viveram em Blois entre 1500 e 1715. Na fachada do prédio estão ainda bem visíveis os animais heráldicos representativos destas linhagens reais. Vê-se a salamandra de François I, o porco-espinho e Luiz XII, o L de Luiz, A de Anne de Bretagne, e C de Claude de France, frequentemente confundido com as iniciais de Catherine de Médicis, também uma das mais famosas e importantes moradoras do château.
O Castelo Real de Blois, classificado Musée de France, com mais de 35 mil obras, apresenta uma parte de suas coleções nos apartamentos reais da ala Francisco I, no Musée des Beaux-Arts instalado na ala Luís XII, mas também por ocasião de diversas exposições temporárias.
Durante o período em que Blois foi ocupado por Gaston d’Orleans, como este era um dos conspiradores contra o rei Luiz XIII, irmão de Gaston, o castelo caiu em desgraça, e chegou-se a cogitar de sua destruição, o que só foi evitado devido à sua transformação em caserna. Durante a revolução Francesa, no entanto, o castelo foi duramente atingido, com a destruição da estátua de Luiz XII, e com o desaparecimento de todos os símbolos monarquistas gravados nas paredes e tetos. Blois só iria renascer a partir de 1830, no reinado de Luiz Philippe, duque de Orleans. Daí para frente, com o aumento do interesse pela história da França e pelo patrimônio da nação, é que Blois ficou a salvo do esquecimento e destruição. Este foi o primeiro de uma série de castelos a ser considerado como patrimônio histórico pelo Service de Monuments Historiques, organização criada em 1837, e graças a isto sofreu uma meticulosa e detalhada restauração entre 1844 e 1870.
Francisco I – As traseiras da ala de Francisco I, voltada para o centro de Blois. Quando Francisco I subiu ao trono, a sua esposa, Cláudia de França, fê-lo mobilar Blois com a intenção de se mudar para lá, deixando o Château d’Amboise. Francisco I iniciou a construção de uma nova ala e criou no palácio uma das mais importantes bibliotecas da época. Depois da morte da esposa, em 1524, ele passou muito pouco tempo em Blois, tendo a impressionante biblioteca sido levada para o Real Château de Fontainebleau, onde foi usada como “Bibliothèque Nationale” (Biblioteca Nacional). Nesta ala a arquitetura e a ornamentação são marcadas pelas influências italianas. Ao centro está a monumental escadaria em espiral, coberta por finas esculturas e com vista para o pátio central. Por trás desta ala está a fachada das galerias, caracterizada por uma série de nichos desligados.
Henrique III – Henrique III, saiu de Paris durante as Guerras Religiosas Francesas (1562 – 1598, vivendo em Blois, onde convocou a Assembleia dos Estados Gerais em 1576 e 1588. Foi durante esta convenção que o rei condenou o seu arqui-inimigo, Henrique I, Duque de Guise, à execução.
Virtualmente encastelado sobre o rio Loire e a cidade, o Château de Blois possui uma posição magnífica. As plantações de frutas e legumes do entorno e as florestas de caça de Sologne dão um certo ar campestre à região, mas a grande atração e atenções são voltadas ao nobre castelo.
O castelo medieval tornou-se uma residência real e a capital política do reino durante o reinado de Luís XII de França. No início do século XVI, o soberano iniciou uma reconstrução do castelo e a criação de um jardim Renascentista (em 1890 a construção da Avenue Victor Hugo destruiu os jardins). Esta ala, feita em tijolo encarnado e pedra cinzenta, constitui a entrada principal do palácio, caracterizada por uma estátua equestre do rei acima citado. Apesar de o estilo ser essencialmente gótico, existem elementos Renascentistas, tais como um pequeno candelabro.
Depois da Revolução Francesa o imenso palácio foi abandonado por mais de cento e trinta anos. Os revolucionários decidiram destruir qualquer símbolo da velha nobreza, enquanto se enriqueciam a eles próprios, saqueando o palácio e roubando várias estátuas, emblemas reais e brasões. Num estado de total abandono, foi decidido que seria demolido. Esta atitude foi, porém, adiada para que servisse de aquartelamento militar.
A riqueza arquitetônica deste castelo reflete a diversidade dos muitos castelos construídos no Vale do Loire da Idade Média ao século XVII, com suas alas de quatro estilos diferentes. Ao redor do pátio, dominado pela majestosa escadaria Francisco I, abre-se um verdadeiro florilégio da arquitetura francesa, dos estilos góticos e do renascimento até o Classicismo. Em 1845, ele foi a primeira residência histórica a ser restaurada e serviu de modelo para a restauração de muitos outros castelos.