Rouen – Aqui morreu Joana D’Arc

Rouen é uma das maiores e mais atraentes cidades do norte da França. Situada na Normandia, sua arquitetura é testemunha de uma parte importante da história do país. Uma das mais prósperas cidades do norte europeu na Idade Média, Rouen é hoje a capital da região francesa da Alta Normandia e do departamento do Sena Marítimo. Rouen está situada às margens do rio Sena e sua distância da capital da França é de apenas 137 km.

A marca mais característica e visível desta cidade são os típicos prédios de arquitetura normanda, com peças de madeira aparente e ornamentada, com predominância das cores preta e branca.

Rouen foi fundada na época do Imperador Augusto, no primeiro século da nossa era, com o nome de Rotomagus. Foi no século III que a cidade romana alcançou seu período de maior desenvolvimento, sabendo-se da existência de um anfiteatro e termas. Nos séculos seguintes a cidade sofreu com as invasões dos povos bárbaros e presenciou a chegada definitiva do Cristianismo.

A outra marca importante de Rouen, é sua íntima associação com a saga de Joana D’Arc, a Donzela de Orleans, que aqui pereceu queimada na fogueira.

Esta é a igreja dedicada a Joana D’Arc (imagem ao lado). Em estilo moderno este templo cuja construção é de 1979 foi erguida no centro da cidade, e parece um barco viking de cabeça pra baixo. No interior o teto da igreja é estruturado da mesma forma que o casco de um barco fazendo contraste da modernidade com os vitrais renascentistas. Também o Museu de Joana D’Arc,vale a visita onde é contada sua vida e martírio. Lá estão diversas figuras de cera representando personalidades históricas e dioramas, traçado um painel completo de sua vida desde seu nascimento, em Domrémy até sua morte em Rouen.

Admiramos em Rouen as lindas fachadas no estilo Enxaimel que é uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos.

 

Rouen, até a Segunda Guerra Mundial, fora a segunda principal cidade da França. Devastada e bombardeada, durante a guerra, foi praticamente esquecida, mas reerguida, com apenas 30% do que restou após a guerra, na cidade é possível apreciar os constrastes da história e vivenciar o “Memorial” a céu aberto que se tornou Roeun.

Rouen é famosa pelos seus vários monumentos. Particularmente importantes são os edifícios góticos da cidade, como a Catedral de Rouen, começada em 1145 e terminada apenas no século XVI. Catedral de Notre-Dame de Rouen ou Nossa Senhora de Rouen (em francês Cathédrale Notre-Dame de Rouen) é uma catedral católica, em estilo gótico. Os trabalhos da catedral foram em grande parte realizados ao longo do século XIII, mas obras menores continuaram nos séculos seguintes. Na fachada principal, a torre da esquerda – chamada Torre de São Romão (Tour Saint Romain) – data da segunda metade do século XII, assim como os dois portais laterais da fachada. Já as fachadas do transepto, com os portais da Livraria e das Calendas, foram realizadas a partir de 1280 e só foram completados em meados do século XIV. No século XV foi construído o coroamento da Torre de São Romão e toda a torre da direita, conhecida como Torre de Manteiga (Tour de Beurre), assim chamada porque parte do seu custo foi pago com doações para o uso de manteiga consumida durante a quaresma. A construção desta torre desestabilizou a estrutura da fachada da igreja, o que levou a uma reconstrução do portal principal entre 1508 até aproximadamente 1520.

O portal central da Catedral de Rouen foi completado entre 1509 e 1521. Na obra da catedral trabalhou o escultor João de Rouen (Jean de Rouen), que mais arde instalou-se em Coimbra e foi um dos escultores mais importantes do renascimento português.

A Catedral de Rouen é o endereço mais famoso da cidade e o fascínio começa já na entrada, ao observar sua porta principal ornamentada com esculturas representando motivos bíblicos. Totalmente erigida em pedras e consagrada em 1063, a catedral logo se tornou um símbolo da arquitetura medieval. Destacam-se na Catedral de Rouen as torres Tour de Beurre, que contém um carrilhão de 56 sinos, e a Tour Lanterne, com 150 metros de altura, concluída apenas em 1877, com a utilização de 740 toneladas de ferro e bronze. Merece destaque também seu magnífico Coro, o Transepto, as maravilhosas rosáceas do século 16, e ainda a curiosa tumba guardando o coração do rei inglês Ricardo Coração de Leão, um dos vestígios da presença inglesa na França medieval.

Na década após o seu casamento, Monet pintou uma série de imagens da Catedral de Rouen em vários horários e pontos de vista diferentes. Vinte pinturas da catedral foram exibidas na galeria Durand-Ruel em 1895. Obras de Caravaggio e Velásquez são os destaques no Musée des Beaux-Arts em Rouen . Outros pintores da Normandia também possuem obras expostas. A exposição da tela “A Catedral de Rouen”, de Monet , faz sucesso à parte.

 

Comece seu passeio pela cidade percorrendo o trecho conhecido como Vieux Rouen. É um trecho da cidade formado por ruas estreitas e tortuosas, repletas de construções históricas de arquitetura típica, pequenos estabelecimentos comerciais, artesãos, simpáticos restaurantes, e muitas curiosidades convidativas a cada esquina. Um das ruas mais conhecidas desta parte da cidade é a Saint Roman. Visite também a Place du Vieux-Marché, praça central da cidade, e a Tour Jeanne d’Arc, torre de observação de onde se tem um bela vista da cidade.

O grande relógio ou o Gros Horloge é um famoso relógio astronômico do século 14 situado na rua de mesmo nome em Rouen. Este é um dos locais mais visitados e fotografados de Rouen, a Rue du Gros-Horloge, ou Rua do Grande Relógio, situada entre a Catedral da cidade e o Vieux-Marché. O nome foi dado em referência ao grande relógio ornamentado construído sobre o arco da fachada de um prédio. Toda esta área agora é uma rua de pedestres.A torre do relógio abriga um pequeno museu que mostra um pouco sobre sua história e, além de marcar a hora, o relógio ainda indica as fases da lua.

A Eau de Robec, é uma simpática rua totalmente ornamentada com flores. E pouco adiante aproveite para visitar também o interessante Musée Flaubert et d’Histoire de la Médécine, museu dedicado à obra de Gustave Flaubert, autor do famoso romance Madame Bovary. Ele viveu 25 anos em Rouen, e lá estão preservados o quarto onde nasceu, mobílias e diversos utensílios de época do hospital publico da cidade, onde seu pai exercia a função de diretor. Por entre estas simpáticas e estreitas ruas da Vieux Rouen, tem-se a impressão de estar passeando num shopping a céu aberto, mas com decoração totalmente baseada na época medieval. Pequenos e convidativos restaurantes servindo típicos pratos normandos, lojinhas e butiques, museus, igrejas e uma infindável sucessão de recantos tão fascinantes quanto convidativos.

Aqui fica a praça do velho mercado, onde Joana d’Arc (1412-1431) foi queimada. A mártir francesa era uma camponesa quando entrou na guerra para defender a França dos ingleses. Ela libertou Orléans e conduziu Carlos 7º à catedral de Reims, onde ele foi coroado rei, contrariando estratégias de chefes de guerras. Joana despertou a inveja de guerreiros franceses e o ódio dos ingleses. Perdeu a batalha em Paris, foi vendida aos ingleses e julgada feiticeira. Foi queimada viva na praça do velho mercado, em Rouen.

Joana d’Arc em francês Jeanne d’Arc – Nasceu em Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro 1412 — Morreu queimada em Rouen, 30 de maio 1431, por vezes chamada de donzela de Orléans, é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva.

Outras atrações famosas de Rouen são o Musée de la Céramique, museu dedicado às artes cerâmicas, com destaque para porcelana chinesa do período entre 1699 e 1745, e o Musée des Beaux-Arts, um dos melhores da França, apresentando em suas 65 salas desde artes primitivas até contemporâneas. Lá estão obras de Delacroix, Géricault, Veronese, Velasquez, Caravaggio, Rubens, e Monet, inclusive suas famosas versões da Catedral de Rouen.

Ao estudar a história de Rouen e de toda região da Normandia pode-se até considerar que as invasões inglesas do território francês parecem ser quase uma tentativa de retorno às origens e frequentemente o nome de William, o Conquistador (Guillaume, le Conquérant para os Franceses), surge na construção de castelos por toda a Inglaterra. Ocorre que Guilherme era normando, e foi exatamente de Rouen que ele e seus guerreiros saíram para invadir e conquistar em definitivo a Inglaterra, no ano de 1066. É claro que naquela época ainda não existiam as nações já formadas como hoje conhecemos, como Inglaterra ou França, e sim apenas territórios, disputados por povos diferentes, como os Normandos, Saxões ou Vikings. Mesmo assim, se você quiser provocar um inglês, a melhor maneira para isto é dizer que todos eles descendem dos Normandos, e por consequência dos Franceses.

Ao passear pela cidade observe as charmosas casas com madeirame à vista. Típicas da Normandia e de algumas outras regiões. O desenho e o arranjo das madeiras vai mudando conforme a região. O espaço entre as vigas era de pau-a-pique, reboco ou, em alguns casos tijolos.

Rouen  atrai muitos visitantes, não apenas devido à sua arte e arquitetura, mas também em razão de sua história. Muitos destes visitantes nascem e crescem ouvindo falar em Joana D’Arc, e de sua emocionante história. Embora ela não tenha nascido em Rouen, esta cidade ficou para sempre associada à saga daquela jovem, pois seus últimos dias foram passados em Rouen. É graças à Donzela de Orleans, e sua vida de fé, luta, morte e liberdade, que esta cidade é hoje considerada um dos berços da França, como nação independente.  Rouen, na região da Normandia, é a escolha perfeita para quem quer fugir de destinos óbvios. A pequena cidade fica próxima de Paris, tornando assim, o deslocamento mais fácil. Rouen gira em torno da vida universitária, tanto de moradores como de jovens que escolhem fazem intercâmbio na cidade francesa.

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